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6. Evitar alimentos industrializados
Ao longo do século passado o mundo sofreu intensa modernização, e isso refletiu-se na produção e no consumo de alimentos. Basta ir no supermercado e ver quantas gôndolas de alimentos industrializados estão à disposição: biscoitos, barras de cereais, cereais matinais, molhos e caldos prontos, ketchup, mostarda, sopas e macarrões instantâneos, embutidos, misturas para preparo de alimentos, enlatados, sucos instantâneos…uma infinidade!
A oferta desses alimentos cheios de sabor e praticidade cresceu, e você, consumidor fadado à correria do dia-a-dia, acaba trocando os alimentos de verdade e ricos em nutrientes pelos produtos alimentícios ricos em aditivos químicos.
A adição desses químicos tem como princípio a redução do custo, a higienização, a maior durabilidade do produto e a satisfação do paladar, porém esse processamento provoca mudanças significativas na estrutura química do alimento e muitos nutrientes são perdidos.
Os aditivos químicos devem ser descritos no rótulo do produto como ingredientes. Esta descrição pode ser por extenso (agente de massa, antiespumante, antiumectante, antioxidante, corante, conservador, edulcorante, espessantes, geleificante, estabilizante, aromatizante, umectante, regulador de acidez, acidulante, emulsionante/emulsificante, melhorador de farinha, realçador de sabor, fermento químico, glaceante, agente de firmeza, sequestrante, estabilizante de cor, espumante) ou ser representado por numeração de acordo com o Sistema Internacional de Numeração de Aditivos Alimentares (INS).
Exemplo de ingredinetes descritos por extenso e pelo INS. Fonte: Macarrão Liggero Adria®. |
Para garantir a segurança dos consumidores, o Comitê de Especialistas em Aditivos Alimentares (JECFA – The Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives) avalia o risco associado ao consumo de aditivos alimentares, contaminantes, toxinas de ocorrência natural e resíduos de medicamentos veterinários em alimentos e estabelece a Ingestão Diária Aceitável (IDA).
- Alergias: rinite, asma, urticária e angioedema;
- Distúrbios de comportamento: irritabilidade, depressão, hiperatividade e transtorno de déficit de atenção;
- Disfunção da tireóide: redução do metabolismo e ganho de peso;
- Inflamação do tecido adiposo: celulite;
- Produção aumentada de radicais livres: aumento do risco para doenças crônicas não transmissíveis como câncer.
O JECFA também recomenda que não sejam utilizados aditivos em alimentos para crianças menores de um ano, pois devido ao tamanho e imaturidade do organismo, elas seriam mais suscetíveis a esses efeitos adversos.
Já existem diversas marcas de alimentos sem aditivos químicos, como: Vitao®, Jasmine®, Tiaraju®, Mãe Terra®, Prima Horta®, Nutrigold®, Tivva®, Gran Amici®, Okoshi®, Via Pax®, Comarroz®, Monama®, Do Bem®, Queropoc®, Juxx®, entre outras que você mesmo pode encontrar ao analisar o rótulo.
Portanto, da próxima vez que for ao supermercado prefira os alimentos naturais e produtos sem aditivos.
Referências:
Portaria nº 540 – SVS/MS, de 27 de outubro de 1997 (DOU. DE 28/10/97)
ANVISA. Legislação: Aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia.
CLASS NAMES AND THE INTERNATIONAL NUMBERING SYSTEM FOR FOOD ADDITIVES. CAC/GL 36-1989.
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